quinta-feira, 4 de junho de 2015

Todas as crianças têm direito ao lazer





Nem sempre privilegiamos devidamente o tempo reservado a brincar. Em detrimento desse tempo onde a criança explora, ou se aborrece, mas em que se desenvolve autonomamente, nós adultos, imbuídos pela melhor das intenções, planeamos actividades pedagógicas que preenchem os seus horários. Mas brincar é experimentar o mundo e relacionar-se com ele, não há “Inglês”, “ballet”, “natação”, “fichas de matemática”, “trabalhos de casa”, “aulas de violino”, etc. que se sobreponham à importância que tem no desenvolvimento de uma criança o tempo para brincar. Através da brincadeira as crianças ultrapassam a realidade e transformam-na com a imaginação. Expressam-se para além das palavras. Brincar é uma forma de manifestar os seus sentimentos e desprazeres. 
Ao brincar a criança compreende o mundo à sua volta, aprende regras, testa habilidades físicas, aprende a ganhar e perder, a relacionar-se com os outros. Os jogos não são apenas recordações do que vêm, o que sucede é uma transformação criadora do que percepcionam.
Muitas vezes temos pressa que os nossos filhos passem por algumas das etapas do seu desenvolvimento, e tolhemos brincadeiras ou exigimos uma determinada organização ou selecção de interesses, achando assim que contribuímos para a maturidade e evolução da criança na aquisição de alguns comportamentos ou conhecimentos que ansiamos que alcancem. Também a imposição de tarefas exaustivas, as incompatibilidades de horários da família são factores que impedem o tempo para as brincadeiras livres.
Mas é de suma importância que nós famílias tenhamos consciência que disponibilizar tempo e flexibilizar "espaço" para as brincadeiras fazem mais pelo desenvolvimento das nossas crianças do que muitas das actividades ou fichas de trabalhos extra curriculares...Vale a pena lembrar que o direito a brincar é um princípio da declaração Universal dos Direitos da Criança, aprovada por unanimidade pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1959, que estabelece: todas as crianças têm direito ao lazer infantil.